UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SULPROJETOS DE APRENDIZAGEM
INVESTIGAÇÃO COM BASE NA QUESTÃO PRINCIPAL
COMO A EDUCAÇÃO PODE CONTRIBUIR PARA A DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE NO BRASIL, BEM COMO PARA REDUÇÃO DAS TAXAS DE REINCIDÊNCIA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO NACIONAL?
Análise e Discussão de dados:
40,8%
Dos jovens não terminam os estudos até os 19 anos.
57,3%
91,1%
12,7%
Dos jovens mais pobres terminam os estudos até os 19 anos.
Dos jovens mais ricos terminam os estudos até os 19 anos.
Das crianças mais pobres aprendem português de forma efetiva no 5º ano do Ensino Fundamental.
86%
Das crianças mais ricas aprendem português de forma efetiva no 5º ano do Ensino Fundamental.
50,4%
No Nordeste terminam os estudos até os 19 anos.
67,4%
No Sudeste terminam os estudos até os 19 anos.
Análise e Discussão de Dados: Criminalidade
I- Região com maiores índices de criminalidade no país
A região do Brasil que concentra o maior número de crimes cometidos é o Nordeste. Alagoas, Rio Grande do Norte e Sergipe constataram grandes números em 2017.
II- Escolaridade dos presidiários
53% dos presos possuem o ensino fundamental incompleto.
III- Continuidade dos estudos em regimes fechados
Só 12% dos presos estudam e 15% trabalham no país. Pesquisas relacionadas aos problemas do cárcere brasileiro são anualmente divulgadas, e não difíceis de encontrar.
I- Os dados respondem à questão investigativa?
Sim, inicialmente, cabe dizer que os dados corroboram com a perspectivas de Bourdieu de que a escola é uma reprodutora das desigualdades sociais, tendo em vista que nas regiões mais pobres do país, em que o "capital cultural" valorizado pelo sistema educacional não faz parte do cotidiano das pessoas e, consequentemente, o nível de escolaridade da população acaba sendo mais baixo, ocasionando, dessa forma, a perpetuação das desigualdades que deveriam ser combatidas com o ensino e o acesso à educação, os quais se mostram defasados. Além disso, por meio dos dados tem-se que a educação é fundamental na diminuição das desigualdades, enquanto direito fundamental. Cabe ressaltar que ao falar de educação não deve-se limitar ao acesso ao ensino, mais do que isso, a educação fundamental para a diminuição da criminalidade é aquela que traz aos alunos a oportunidade de conhecer o mundo em que estão inseridos e mais do que isso, participar desse mundo enquanto iguais, reforçando sempre suas particularidades. Um dos grandes problemas que podem ser apontados com relação à educação é a desvalorização dos diferentes contextos nacionais, bem como da realidade dura de alguns com alunos, fomentando a supervalorização da meritocracia, a qual em um ambiente plural e desigual como o Brasil não tem qualquer fundamento e carece de ser repensada. Como diz Viviane Mosé, quem entende os processos de exclusão social defende-se deles, quem não os conhece torna-se vítima deles.
II- Quais outras possibilidades de investigação, a partir da conclusão?
Outras possibilidades de investigação a partir da conclusão versariam exclusivamente sobre o âmbito da educação, tendo em vista que toda uma sociedade pode ser influenciada e mudada pelos meios educacionais. Sendo assim, poderia-se pesquisar "Por que as instituições de ensino ainda hoje, na sociedade contemporânea, permanecem reproduzindo as desigualdades sociais?",
III- Qual o sentimento/percepção do grupo com a realização do projeto?
Sobretudo reina imensa sensação de tristeza. Afinal, por meio da pesquisa foi-nos possibilitado ter acesso a dados, estatísticas e estudos acerca da criminalidade e educação, mostrando-nos o quanto a realidade nacional, quando bem investigada, se mostra mais dura e cruel do visá-la superficialmente. Ao mesmo tempo, sentimos uma enorme satisfação ao pesquisar sobre assuntos tão pertinentes e ignorados pela sociedade, assuntos dos quais, com vistas à ignorância de alguns, é entendido sem qualquer grau de complexidade. Falar de criminalidade e de educação requer estudo e reflexão, mas mais do que isso, requer a consciência de que a complexidade que os constitui não permitirá respostas prontas e rápidas e que, portanto, torna-os um campo de possibilidades.
IV- As dúvidas e as certezas se mantiveram e/ou se alteraram?
As dúvidas que motivaram o início do projeto se mantiveram no percurso de sua elaboração, claro que, surgiram muitas outras. As certezas foram confirmadas, mas de melhor maneira refletidas e observadas.
V- Qual foi a maior dificuldade durante e com a elaboração do projeto?
Uma das maiores dificuldades do projeto foi o manuseio e a exploração da plataforma blog utilizada, a demora da edição exige dedicação. E também trazer à discussão o referencial teórico.
ALGUMAS QUESTÕES
Educação
SÍNTESE REFLEXIVA FINAL
Elaborado o projeto e terminadas as pesquisas, podemos constatar que o problema não é novo: todas as informações estatísticas contidas no blog apontam para a deficiência nos sistemas educacionais e socioeconômicos do Brasil. Todavia, não por isso o assunto da educação contra criminalidade já está há muito esgotado, pelo contrário, não se pode resolver qualquer problema social sem sua discussão. Esta foi uma das principais motivações do trabalho, trazer vistas para os absurdos que o nosso país enfrenta, mas que grande parte da população prefere deixar de lado, o que só contribui para ressaltar a desigualdade existente. Dada a relevância da educação para o enfrentamento das questões já em outros momentos apontadas, entende-se que ela continuará estando para além da sala de aula, ou seja, o contexto de vida do educando influenciará diretamente em suas escolhas futuras.
No que tange pontualmente a relação entre criminalidade e educação, sabe-se que a discussão circunda diversos âmbitos, como a situação financeira do indivíduo, sua moradia, seu trabalho, sua relação familiar, suas oportunidades etc. Portanto, não significa dizer que somente educar resolverá o problema do crime, muitos fatores precisam ser analisados para uma possível melhoria em todo o sistema brasileiro.
Os autores foram relevantes na medida em que serviram de base aproximativa da teoria e da prática percebida, demonstrando assim, importante embasamento argumentativo para a crítica. Assim como, as pesquisas já realizadas e seus infográficos que tiveram papel importante para a observação da realidade aqui discutida.
REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. 11.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
CATANI, Afrânio; NOGUEIRA, Maria Alice. Escritos de Educação. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: História da Violência nas Prisões. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.